A hemofilia afeta a coagulação do sangue e pode ser identificada pelo sangramento persistente, por um trauma, ou um sangramento sem razão aparente. Definida principalmente por sangramentos musculares ou articulares, pode ocorrer também após procedimentos médicos ou odontológicos. No caso leve, os sintomas podem se manifestar. Quando é moderada, há maior propensão a hematomas, mas também pode não haver manifestação de sintomas.

Nas articulações, na maior parte dos casos, ocorre no tornozelo, joelho ou cotovelo. Também, no ombro, pulso ou quadril. Nos músculos, se caracteriza pela dor forte, aumento de temperatura e dificuldade de movimento. A razão predominante é a mutação genética em parte do cromossomo X passada das mães para os filhos do sexo masculino, mas também ocorre em uma sequência familiar, em diferentes gerações e parentescos. Por isso, é determinada como uma doença genética e hereditária.

Ser hemofílico não significa sangrar mais que outras pessoas. A hemofilia faz com que as pessoas sangrem por mais tempo, já que a doença é um distúrbio hemorrágico que afeta a interrupção dos sangramentos. Existem 13 tipos diferentes de fatores de coagulação, expressos em algarismos romanos, e os tipos mais comuns para a hemofilia são o tipo A e B, com baixa atividade do fator VIII e fator IX, respectivamente.

Essa deficiência ou disfunção de proteínas também é classificada pela gravidade: leve, moderada e grave. Testes de triagem são capazes de medir o tempo em que o sangramento cessa (Tempo Parcial de Tromboplastina Ativada). Para um diagnóstico, o médico utiliza como fundamento um exame de sangue que mede a dosagem de nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea; solicita exames laboratoriais, exame físico, e realiza um levantamento do seu histórico de saúde, caso não haja um histórico familiar conhecido. Em casos de sinais clínicos, procure um médico.

O controle e cuidado de grávidas com histórico familiar de hemofilia fez com que os casos graves já não sejam mais frequentes. Para as pessoas que possuem a condição, o acompanhamento médico adequado e contínuo resulta em uma vida normal, com sangramentos reduzidos. A educação sobre o distúrbio, terapia e fisioterapia melhoram a qualidade dos hemofílicos, que viram o tratamento da doença evoluir muito ao longo dos anos. Ao lado dessa evolução está a reposição do fator anti-hemofílico.

A hemofilia no mundo:

  • Acomete cerca de 400 mil pessoas;
  • 70% delas têm histórico familiar e 30% dos casos ocorrem de forma isolada;
  • Segundo uma pesquisa canadense da Universidade McMaster, a cada 100 mil recém-nascidos do sexo masculino, 29 terão hemofilia A e B;
  • O estudo identificou que os hemofílicos somariam 1,2 milhão de pessoas, um número três vezes maior do que o conhecido.

A hemofilia no Brasil:

  • Há 13 mil pacientes cadastrados no sistema do Ministério da Saúde (MS);
  • Os brasileiros são a quarta maior população de pessoas hemofílicas;
  • Possui tratamento de fácil acesso, feito pelo SUS;
  • O MS fornece gratuitamente o medicamento para a doença.