A pandemia de Covid-19 tem mudado a rotina das pessoas de todo o mundo de maneira inesperada e deve gerar consequências mesmo após o controle do novo Coronavírus. Quanto maior o evento, maior podem ser as suas decorrências. O confinamento social, essencial para o controle da pandemia, além do alto contágio do vírus e os óbitos causados pela doença devem gerar sequelas, principalmente, psicológicas, como as fobias.
Segundo o psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, do Hospital das Clínicas da FMUSP, em entrevista para o portal Catraca Livre, as três principais sequelas devem ser:
 
- Fobia de doença
De acordo com o especialista, também é conhecida como a fobia do contágio. É o medo que a pessoa passa a ter de pegar uma doença e morrer, o que gera crises de ansiedade e ataques de pânico. Pode gerar sintomas físicos também, como cãibra, desconforto abdominal, sudorese e palpitação. O diagnóstico é clínico e o tratamento pode ser feito por meio de um relacionamento de confiança com o médico, ou mesmo com acompanhamento psiquiátrico.
 
- Crises de Pânico
A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade que é comum aparecer em pessoas que passaram por situações com ataque de medo ou pânico repentinos.  Além das crises de ansiedade, os sintomas físicos são semelhantes aos de um ataque cardíaco, como sudorese, sensação de dormência, dor no peito, além de calafrios, tremores, entre outros. É preciso um acompanhamento próximo ao médico e ao psiquiatra para um tratamento efetivo, que pode ser extenso.
 
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Bastante conhecido pelas pessoas, o famoso TOC é também um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, caracterizado por crises recorrentes de compulsões que se tornam obsessivas no dia a dia das pessoas. Com a pandemia, todos passamos a ter atitudes repetitivas diárias, como lavar as mãos diversas vezes ao dia, passar álcool em gel nas mãos constantemente, limpar com mais frequência produtos, sacolas e itens que trazemos para dentro de casa, entre outras ações. Essa série de ações, aliadas ao trauma de uma pandemia dessa magnitude, pode desencadear o TOC em muitas pessoas. O diagnóstico também é clínico e o tratamento pode ser tanto via terapia cognitivo-comportamental quanto com medicamentos, em determinados casos.