As vacinas têm prometido (e já cumprido em alguns países) o fim da pandemia e a diminuição em grande escala das mortes causadas pela Covid-19. Na busca de um futuro melhor, pesquisadores brasileiros estão trabalhando incessantemente em uma vacina 100% nacional, que facilitasse a produção em massa no Brasil e pudesse, inclusive, dar um passo além das vacinas que estão sendo distribuídas atualmente na luta contra o Covid-19. Vamos conhecer alguns desses projetos que estão em andamento:

 

Vacina do Instituto Butantan: Butanvac

Uma das mais avançadas, a Butanvac já passou pelas etapas de pesquisa, dos testes em laboratórios e solicitou recentemente à Anvisa a autorização para iniciar as fases 1 (que verifica se o imunizante é seguro), e a fase 2 (avalia as respostas do sistema imunológico) dos testes clínicos. Essas duas fases podem chegar até de 20 semanas de duração. Depois disso, há ainda um período de avaliação da eficácia da vacina para posterior aprovação.

A base para esta vacina é um vírus inofensivo a humanos, causador da gripe aviária, que foi modificado para carregar a proteína Spike, que é parte da composição do novo coronavírus. A tecnologia da vacina estimula o sistema imunológico a produzir células de defesa a partir da identificação da proteína.

Esse novo imunizante começou a ser desenvolvido no ano passado e, apesar de não poder divulgar detalhes por contrato, o Butantan está criando em parceria com o Instituto de Vacinas e Biologia Médica Vietnamita e a Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia, em um consórcio internacional.

 

Vacina da USP: Versamune

Anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, a Versamune é desenvolvida pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, em parceria com a startup Farmacore e a PDS Biotechnology, nos EUA.

Aqui, os pesquisadores utilizam uma cópia de um fragmento específico apenas da proteína Spike, presente na composição do novo coronavírus. Essa parte da proteína é capaz de acionar as células responsáveis pela resposta antiviral, conhecidas como células T.

Apesar de divulgado pelo governo que os testes clínicos das fases 1 e 2 começariam em abril, a Anvisa solicitou mais dados sobre o imunizante à USP ao final de março para dar andamento à autorização, e desde então não foi divulgada uma nova data para o início dos testes.

 

Outras vacinas

Há sete diferentes projetos de imunizantes, cada um com sua tecnologia distinta, sendo produzidos dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dois pelo Instituto de Ciências Biológicas e cinco no CT-Vacinas, que contam com apoio do Instituto René Rachou, da Fiocruz-MG.

Outra instituição que começou a desenvolver uma vacina ainda em 2020 foi a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que está na fase de testes de laboratório e vem apresentando resultados positivos.

O Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está desenvolvendo uma vacina do tipo recombinante, ou seja, o componente ativo é uma proteína conseguida por meio da engenharia genética.